quinta-feira, 11 de junho de 2015

378. Armanda Passos

“Anjos de Azul”
Serigrafia 
Nº de Série IX/X P/A
48x67,5 cm

1.200,00€


Armanda Passos nasceu em Peso da Régua, em 1944. É licenciada em Artes Plásticas pela ESBAP, expõe regularmente desde 1976.
A obra de Armanda Passos Coloca-a próximo do novo figurativo, porém esta catalogação é parca para definir o trabalho da artista.
De facto a extensa produção da artista é marcada pelo constante recurso à figura feminina que é trabalhada de uma forma própria, sintetizada numa expressão oscilante entre o grotesco e a candura.
O resultado são formas arredondadas, exageradas como recusando a tirania do concreto para se fixar no arquétipo imaginário, onde o sonho e a realidade se fundem.
Outra característica da obra de Armanda Passos é a renuncia a fundos trabalhados, o que enfatiza a força da figuração e a remete para uma composição próxima do conceptual onde a cor ou a sua ausência demarcam os estados interiores do representado.
Um trabalho soberbo muitas vezes esquecido, mas sem dúvida uma das grandes inovadoras da pintura contemporaníssima portuguesa.
Está representada em diversas galerias das quais destacamos: CAMJAP ; Fundação Calouste Gulbenkian; MNAC; Museu de Serralves; etc.
Mesmo surpreendendo-nos, a mulher é sempre a figura principal de todo o imaginário criativo de Armanda Passos. E disso nos fala Mário Cláudio no seu texto: “Eu digo que as mulheres projectam o mundo. Entronizadas em sua robustez, identificam o império e a antiguidade do cargo, exercido a partir de um núcleo de chamas, encoberto nas dobras do manto imensíssimo.(…)
(…) Eu digo que as mulheres projectam o Mundo. Surgem de todo o quadrante, não existe de facto quem lhes conquiste o terreno. (…)
(…) Em torno nos dedos vão enrolando as franjas, tão tímidas no conceito dos ingénuos de enigmas como ameaçadoras na suspeita dos tíbios de coração. Despojam-se dos xailes, abraçam os filhos, saboreiam devagar o melaço da língua. Eu digo que as mulheres projectam o mundo.” In livro “Desenhos”, com desenhos de Armanda Passos e texto de Mário Cláudio.

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